domingo, 24 de outubro de 2010

Descontrole aéreo.....

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Faltam Pilotos, mecânicos, controladores de tráfego Aéreo, infra estrutura nos aeroportos, só não faltam políticos…


Os problemas do setor aéreo no Brasil se sucedem numa novela sem fim, na qual a incompetência e a procrastinação governamentais são as protagonistas da ação, ou melhor, da inação, pois é disso que se trata.
Além da ineficiência dos aeroportos, que permanecem muito aquém das necessidades do país, persiste a falta de controladores de tráfego aéreo, e pode ficar pior, visto que se estima que 560 deixarão o Controle de tráfego aéreo, nos próximos dois anos.
O Brasil conta atualmente com 3.114 desses profissionais em atividade. São quase 900 a menos do que a meta fixada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) em abril de 2008. Naquela ocasião, um ano depois de uma grave crise no setor, o Comando da Aeronáutica anunciou que planejava chegar em 2010 com 4.000 controladores.
Nesta semana, questionado pela reportagem da Folha sobre o descumprimento do objetivo, o Ministério da Defesa, 20 dias depois, respondeu que o Decea desconhecia a “suposta meta” de 4 mil controladores. Não é de espantar, pois, como é comum nessas ocasiões, promessas são feitas para acalmar a opinião pública, mas não tardam ser esquecidas. O mesmo deu-se com a abertura de capital da Infraero e o terceiro aeroporto de São Paulo, mencionados em 2007 pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Hipoteticamente, a consequência seria um número de voos menor que o demandado pelo mercado".
A "suposta meta" consta de um documento que está no site da FAB. Depois que a Folha enviou o link do documento, o chefe de imprensa do centro de comunicação da Aeronáutica, coronel Henry, ligou: confirmou a meta e admitiu que ela não foi alcançada.
"O Decea contava com a saída de 60 a 70 controladores por aposentadoria desde 2008, mas perdemos 560", disse. "Alguns foram prestar concurso. Já 160 eram os da reserva que foram contratados no auge da crise e não quiseram ficar."
Segundo o coronel, o descumprimento da meta não compromete a segurança, mas limita a capacidade do setor. "Como não houve aumento de capacidade em terra [nos aeroportos], a pressão [no ar] é menor".
Para a ABCTA (Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo), a evasão está ligada à insatisfação profissional. "Há muita gente prestando concurso público e mudando de carreira", diz o advogado da associação Roberto Sobral.
O problema, diz ele, não é só salarial, mas de condição de trabalho. Entre outras coisas, os controladores se queixam de mudanças na rotina de trabalho.
Por conta da carga horária, de 168 horas mensais, os controladores eram dispensados de atividades militares, como marchar, praticar tiro, comparecer a formaturas. Porém, a partir de 1º de dezembro de 2008, com a entrada em vigor da Instrução ICA 100-25, essas atividades viraram obrigatórias.



NA GELADEIRA


Sobral diz que os controladores ligados à entidade foram afastados da função e colocados "na geladeira". Ele estima que existam quase 200 nessa situação.
O advogado está preparando cerca de 50 ações individuais de controladores contra a FAB por assédio moral. "Eles estão sendo punidos por reportarem incidentes, o que faz parte da rotina normal dessa atividade."
O Brasil --ao lado da Coreia do Norte-- é um dos poucos países em que o controle de tráfego aéreo para a aviação civil é feito por militares.


Fonte: Folha de São Paulo

Em resumo, o governo considera que não há risco para a segurança, embora “hipoteticamente”, no caso de haver menos controladores do que o necessário, “a consequência seria um número de vôos menor que o demandado pelo mercado”. É o que na prática que já acontece.


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Um comentário:

Fred Mesquita disse...

Piloto desempregado é o que não falta. Há e sempre haverá pilotos, o que não existirão empregos dígnos.