sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Perigo na Pista...........

PERIGO NA PISTA

O Aeroporto Internacional de Belém é uma obra prima da INFRAERO.
Seus usuários se deslumbram com os caríssimos granitos que embelezam os compartimentos dos saguões de embarques.
Como cartão postal não há o que falar.
O problema exsurge quando o assunto volta para a questão operacional das aeronaves que pousam e decola a cada minuto no belíssimo “Taj-mahal” paraense, porque aí estar-se envolvendo vidas humanas, vidas paraenses, que nem mesmo imaginam os níveis de precariedades operacionais por que passa o Aeroporto de Val-de-Cans.

Nesse aspecto, uma “taxiway” de saída rápida para atender a pista 06 (zero meia) – principal pista do Aeroporto de Belém - é exigida por mais de 30 anos sem que ninguém sequer dê ouvido. A Falta dessa taxiway compromete sobremaneira a operação da pista 06 cuja dimensão é de aproximadamente 3000 metros com ponto médio em forma de um “X” devido ao cruzamento com a pista 02 (zero dois).
As aeronaves, quando em aproximação para pouso, ainda precisam contar com a pista seca ou que não esteja chovendo, já que o acúmulo de água em seu leito aumenta o risco de aquaplanagem. Por conta disso, precisam atingir o final dos 3000 metros para depois retornarem numa velocidade de “taxi” que não pode ultrapassar 20 km/h (gabarito de segurança).
O “frio na espinha” ocorre quando outra aeronave está na aproximação da pista zero meia se preparando para pousar, pois dessa evolução o perigo de colisão é iminente. Uma “taxiway de saída rápida” resolveria esse grave problema.
Somam-se a tudo isso, as grandes concentrações de urubus nas imediações do aeroporto; constantes invasões de vândalos nas áreas de movimentação das aeronaves; presenças de animais sobre as pistas; mato crescido próximos as cabeceiras; altura mínima de segurança comprometida; canal com bombeiros com defeito; sonoro da sirene em pane; falta de gerador confiável; auxílios à navegação da Força Aérea arcaicos, dentre outras ferramentas obsoletas.
Como se vê, o caso não deixa de ser preocupante, contudo, as autoridades responsáveis pelos investimentos em segurança esperaram a primeira aeronave cair em solo paraense para, só depois, adotarem medidas cabíveis (aliás, no Brasil é sempre assim).
Os profissionais que lidam com a questão operacional 24 horas por dia, Controladores de Vôo, reclamam veementemente desses perigosos quesitos, mas são ignorados, por vezes, taxados de insurgentes.
A bem dizer, está clarividente que os responsáveis preferem a beleza dos granitos a evitar acidentes. A negligência tem sido a principal de todas as causas dos acidentes aéreos dos últimos anos. Até quando a busca pelo lucro vai ignorar o valor pela vida?

Caros CTA´s e afins de tráfego aéreo,

O pequeno artigo acima revela deficiências e vulnerabilidades operacionais especificamente do Aeroporto Internacional de Belém – Pará.
Submeto apreciação dos senhores, quanto à idéia de pontuarmos, detalhadamente, as falhas existentes em todos os aeroportos do Brasil (um tipo de levantamento) visando à confecção de um instrumento oficial para subsidiar quem de direito.
Creio que são inúmeros os problemas que assolam o Tráfego Aéreo Brasileiro, catalogá-los pode ser crucial para alimentar, mais ainda, o debate da desmilitarização do setor, na busca da transparência e da segurança.

Ney Sfair.
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