segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Jobim Promete Resolver a Questão dos Controladores em 2008!...

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Quando assumiu, o ministro da Defesa identificou que o caos aéreo tinha três vertentes como causa.
Primeiro, os erros de avaliação e a suspeita de corrupção das antigas autoridades da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero.
Para resolver o problema, trocou toda a diretoria das duas entidades. Segundo, a responsabilidade das empresas de aviação, que popularizaram os vôos de uma forma predatória e desorganizada, que comprometeu a segurança e o conforto dos passageiros.
É esse o ponto que Jobim imagina atacar com as medidas que tomou.
O problema, porém, está na falta de soluções para a terceira vertente do caos aéreo, talvez a principal: a insatisfação dos controladores e a precariedade do sistema de controle do tráfego aéreo.
Prosseguem as diferenças de tratamento entre controladores civis e militares e a obsolescência de alguns equipamentos.
Jobim acha que poderá resolver os atrasos de vôo apenas com as medidas que tomou agora, e espera calmaria nos aeroportos no Natal e no Ano Novo.
As companhias duvidam. Será, então, a grande prova de fogo de Jobim.
Se o sistema de ressarcimento pelos atrasos imaginado pelo ministro der certo, ele ganha o cacife de ter sido o homem que conseguiu pôr fim à bagunça que atormenta os passageiros desde outubro de 2006. Voltará a se credenciar como alternativa presidencial.
Se fracassar, pode até perder o emprego e se juntar a Valdir Pires na lista de políticos respeitáveis que comprometeram a sua biografia tentando solucionar o problema.
“Poderemos fazer ajustamentos, mas nós não recuaremos no sentido de estabelecer os mecanismos”, disse Jobim à ISTOÉ.
Afinal, o que é o SCA?
Até 30 minutos de atraso, a empresa aérea não paga nada ao passageiro.
De 30 minutos a uma hora de atraso, o passageiro recebe 5% do valor do bilhete.
De uma a duas horas de atraso, 10% do bilhete.
Se o atraso superar cinco horas, e não são poucos os vôos em que isso acontece atualmente, o passageiro recebe 50% do bilhete.
O comandante da aeronave, antes de abrir as portas para a saída dos passageiros, terá de informar o tempo de atraso.
A Anac vai divulgar boletim mensal com a lista de vôos atrasados e passageiros que terão direito ao ressarcimento. A empresa aérea enviará mensagens eletrônicas ao passageiro, informando o valor a que ele tem direito.
O ressarcimento será feito em dinheiro ou em crédito para a compra de novas passagens. “Estamos trazendo para dentro do sistema de aviação civil o tratamento dispensado pelo Código de Defesa do Consumidor”, diz Jobim. “Tem o efeito de fazer com que as empresas sejam estimuladas economicamente a não atrasar os vôos.” Os Procons e a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça irão monitorar e aperfeiçoar o SCA.
O problema é que o sistema admite que os atrasos podem ocorrer também por razões que não são de responsabilidade das companhias: problemas meteorológicos ou de infra-estrutura aeroportuária, incluindo aí o controle do tráfego.
Tais problemas serão descontados do valor do ressarcimento. E podem acabar isentando as companhias. Como se estabelecerá de quem é a responsabilidade?
“Nós estamos nos preparando para recorrer e exigir uma investigação correta da responsabilidade”, informa o secretário- geral do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), Anchieta Hélcias.
Para ele, a responsabilidade por 80% dos atrasos vem das ações da Anac e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). “Até outubro do ano passado, quando começaram os problemas com os controladores, a pontualidade dos vôos era de 94%”, diz ele. Depois do acidente com o vôo da Gol, os controladores passaram a exigir um intervalo de sete minutos entre um vôo e outro (antes, era de três minutos).
“Ao final do dia, esse intervalo acumulado gera um imenso atraso”, conclui Anchieta.
“Se a coisa cair nesse jogo de empurra para apurar as responsabilidades, não sei se a proposta vai ser eficiente”, avalia a presidente da Comissão de Turismo da Câmara, deputada Lídice da Mata (PSB-BA).
Jobim admite que seu pacote não aborda diretamente o problema dos controladores de vôo.
Mas ele disse à ISTOÉ que o Ministério da Defesa terá boas notícias para anunciar aos controladores em 2008.
“Nós vamos examinar essa questão dos controladores no ano que vem, seja problema de carreira, sejam situações que melhorem as condições”, diz.
“Em princípio, já temos toda a situação pacificada na área”, afirma.
Um risco, porém, que permanecerá é o aumento das passagens aéreas.
As companhias não descartam a hipótese de repassar os eventuais prejuízos que terão com a tabela de ressarcimento e com o aumento das taxas aeroportuárias de Congonhas para os consumidores.
De início, o governo vai punir os atrasos em Congonhas, reajustando pesadamente as tarifas. Mais da metade dos vôos de todas as companhias permanece no pátio de Congonhas acima do período-limite de 45 minutos, tempo suficiente para reabastecimento, limpeza do avião e decolagem.
A tarifa vai subir até 160 vezes para os aviões que permanecerem acima de 166 minutos no pátio. No Aeroporto de Guarulhos, a tarifa de permanência em área de estadia (TPE) vai subir 52 vezes a partir de três horas de permanência no pátio.
O Aeroporto do Galeão, no Rio, que hoje está subutilizado, terá redução de até 83% nas tarifas. “Não sabemos ainda se haverá aumento.
Temos que fazer uma análise financeira do impacto das medidas”, disse o presidente da TAM, David Barione Neto, após a reunião com Jobim. Para Anchieta Hélcias, o aumento no valor das taxas de permanência em Congonhas deverá ter reflexos nos preços das passagens.
O comandante Jobim identificou seu inimigo.
Resta saber se ganhará a guerra.


IstoÉ

Por RUDOLFO LAGO E HUGO MARQUES

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2 comentários:

Anônimo disse...

Não vamos cair nessa novamente...em setembro desse ano, o mesmo ministro disse que resolveria nosso problema quando voltasse de uma viagem ao Haiti por volta do dia 7 daquele mes...vc resolveu? nem ele. Essa tática de ganhar tempo é mais antiga que andar pra frente e muito utilizada...basta observar os passos do nosso adversário, mas que se traveste de amigo para nos encher de falsas esperanças...na verdade estão esperando pela turma nova achando que isso resolve o problema....pura ilusão...nós sabemos disso, mas eles não sabem ou fingem que não sabem....o que quero alertar é para não nos enchermos de falsas esperanças através de falsas promessas...não podemos relaxar, até pq não conseguiríamos ...precisamos estar atentos...trocar o sofá da sala não é a solução...abraços

Anônimo disse...

Da ISTOÉ MENTIRA:
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"O problema, porém, está na falta de soluções para a terceira vertente do caos aéreo, talvez a principal: a insatisfação dos controladores e a precariedade do sistema de controle do tráfego aéreo. Prosseguem as diferenças de tratamento entre controladores civis e militares e a obsolescência de alguns equipamentos."

Se não sabe o que falar, então não fale! Três vertentes equivocadas. Várias crises transformadas numa única denominação vulgarizada por "caos aéreo". As crises são antigas e vêm num crescendo, seja do lado da infraestrutura aeroportuária e da demanda que cresceu mais do que o projetado (a criação dos slots é um dos resultados), fora aqui ter as tarifas mais altas do mundo, seja da corrupção no DAC supostamente repassada para a ANAC, seja pela contingenciamento nos orçamentos das FFAA, seja pela estagnação na formação técnico-profissional, seja pela ganância das empresas aéreas economizando na Segurança de Vôo, enfim, há várias vertentes.

"Prosseguem as diferenças de tratamento entre controladores civis e militares e a obsolescência de alguns equipamentos. Jobim acha que poderá resolver os atrasos de vôo apenas com as medidas que tomou agora, e espera calmaria nos aeroportos no Natal e no Ano Novo."

Jobim não acha nada. Quem acha alguma coisa são os assessores da FAB. Quanta idiotice de quem não tem o que fazer e achou que podia ser jornalista. Os procedimentos do DECEA adotados para resolver a questão ainda no espaço aéreo é que são equivocados por atentarem contra a Segurança de Vôo dentro das unidades de controle de tráfego aéreo e fora delas ao deixar de prestar serviço à aviação geral (que paga caro por ele). A diferença de tratamento é em função do Comando da Aeronáutica querer reprimir qualquer tipo de contato do militar graduado controlador de tráfego aéreo com a sociedade civil, de forma a não expôr indevidamente os problemas existentes (ainda os mesmos e os novos criados).

"Se fracassar, pode até perder o emprego e se juntar a Valdir Pires na lista de políticos respeitáveis que comprometeram a sua biografia tentando solucionar o problema."

O ex-ministro Valdir Pires foi fustigado pela Imprensa para resolver o assunto como se fosse um super-herói de seriado americano que em duas horas salva o planeta. Esses jornalistas idiotas é que permitiram, inclusive, que as outras FFAA cobrassem do Governo uma postura mais definida pois anteviam uma degradação da sua imagem também.

"Se a coisa cair nesse jogo de empurra para apurar as responsabilidades, não sei se a proposta vai ser eficiente"

Vai sobrar para a ponta do Sistema, de novo. Todo mundo vai tirar o dele da reta e o prestador da ponta, que segue as diretrizes do ATFM, é que vai ser responsabilizado perante a sociedade. Sai em letras garrafais na Imprensa, mas depois não corrigem ou se o fazem... bem já sabemos como será, não?

Ah, problema de lógica inexistente nesse meio jornalístico, quando se trata de controle/controlador de tráfego aéreo: se ele diz que é "talvez a principal" vertente, por que destinou tão poucas informações sobre isto ao leitor? Porque esses idiotas não visam o leitor, visam pacificar os controladores de tráfego aéreo através desses "recadinhos" insossos: "Mas ele disse à ISTOÉ que o Ministério da Defesa terá boas notícias para anunciar aos controladores em 2008."

Esse nosso jornalismo é muito vagabundo. Metade das notícias é suposição do jornalista e a outra metade é comentário em cima da suposição que ele próprio fez do assunto e não o que lhe foi informado.

Tomem cuidado com as mensagens subliminares. Se temos que aguardar pacientemente uma resposta adequada ao problema do Gerenciamento do Espaço Aéreo, ao qual nós os CTA somos apenas parte, isto ocorre por consciência cívica e profissional nossa. NÓS, ABSOLUTAMENTE, NÃO SOMOS O PROBLEMA QUE QUEREM QUE SEJAMOS.

Abraços,

Bemildo.



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