sexta-feira, 3 de agosto de 2007

"Riscos que novos terminais oferecem".

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As Torres de controle terão dificuldades para o atendimento de maior número de aeronaves.

Fernando Exman

A redistribuição dos vôos de Congonhas para os aeroportos de Brasília, Confins (MG), Curitiba e Galeão (RJ) tende a reduzir as filas nos aeroportos do País, mas pode aumentar os riscos do sistema aéreo brasileiro.
Para especialistas, exceto no Galeão, com ociosidade, as torres de controle dos aeroportos escolhidos pelo governo para serem os centros de distribuição de vôos (hubs) terão dificuldades em atender a um maior número de aviões.
O mesmo problema deve ocorrer no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta-1).Além disso, as pistas do aeroporto de Congonhas continuam sem a segurança necessária para pousos e decolagens de aviões de grande porte. E o asfalto da pista do aeroporto de Guarulhos também não está em boas condições.
Quando assumiu o cargo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que as filas dos aeroportos poderiam aumentar, desde que a segurança do sistema também. As ações do governo, no entanto, podem ter resultado inverso.Anteontem, o Conselho de Aviação Civil (Conac) retirou 151 vôos por dia de Congonhas, que manteve 561 vôos diários.
O Galeão distribuirá vôos para Europa, Estados Unidos e Nordeste. O aeroporto de Brasília passa a centralizar vôos para o Norte e o Centro-Oeste. O aeroporto de Curitiba distribuirá as rotas da região Sul. Já Confins operará parte dos vôos para o Nordeste.
"As medidas aumentam um pouco a segurança do sistema, mas geram subprodutos perigosos", disse o especialistaem segurança de vôo e diretor do Instituto NVTec, Jorge Barros.
"Aumentará a demanda de controle de tráfego aéreo em aeroportos que não estão preparados. É preciso mais controladores para aproximação das aeronaves".
O País conta com 3 mil controladores de vôo - civis, militares.
Para Barros, o governo adotou as medidas "de trás para frente": anunciou a reforma da malha aeroviária sem garantir que os novos hubs terão capacidade para atender 6,5 milhões de passageiros que deixarão de passar por Congonhas a cada ano.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho disse que o volume de trabalho dos controladores de tráfego aéreo do Cindacta-1 deve crescer com a descentralização dos vôos de Congonhas.
Dos quatro novos hubs do País, só o aeroporto de Curitiba não está sob a responsabilidade dos cerca de 150 controladores do Cindacta-1.
O diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, elogiou a redução do número de vôos de Congonhas, "transformado em hub por causa da lógica do lucro irresponsável das companhias". Ponderou que as pistas do aeroporto continuam sem ter a segurança necessária, pois são pequenas e não têm área de escape.


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